sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

PALESTRA DR. NARENDRANATH REDDY


Queridos irmãos, Om Sai Ram!
Durante uma visita aos Estados Unidos em agosto de 2012, o Dr. Narendranath Reddy, Presidente do Conselho de Prasanthi, e Sri V. Srinivasan, Presidente da Organização Sai da Índia, participaram de vários encontros, compartilhando suas experiências com os devotos presentes. É com muita alegria que disponibilizamos uma dessas palestras aqui escrita e em breve o vídeo, legendado. Essa palestra foi proferida pelo Dr. Reddy em Anaheim, Califórnia, em 25 de agosto de 2012.

É uma palestra belíssima, em que ele ilustra, por meio de histórias e experiências de devotos, como devemos vivenciar a Mensagem de Sai. Esperamos que sirva de inspiração para todos!
Coordenação de Publicações
Conselho Central do Brasil


PALESTRA DR. NARENDRANATH REDDY

Dr. Narendranath Reddy fala sobre Bhagavan Sri Sathya Sai Baba - 25/08/12 - Califórnia do Sul

Com amor, reverência e gratidão, ofereço minhas saudações aos Divinos Pés de Lótus de nosso querido, amoroso e onipresente Senhor Bhagavan Sri Sathya Sai Baba.

Caras irmãs e irmãos, saudações e Sai Ram para todos vocês. Agradeço a Bhagavan e a todos aqui por esta oportunidade de compartilhar nesta tarde Sua mensagem e Seu amor. Parabéns aos voluntários, dirigentes regionais e organizadores por este belo local e pela programação. Este altar está tão bonito e inspirador: foi um ótimo trabalho. Parabéns também aos cantores de bhajans, que foram maravilhosos. Swami quer os três: raga, tala, bhava - ritmo, melodia e sentimento - e todos esses três estiveram presentes aqui.

Quando existe o sentimento, Swami responde. Swami olha para os sentimentos em nossos corações, e não para o que falamos. Ele olha para o nosso coração. É por isso que Ele diz que está interessado no Amor, não na moldura. Se colocamos uma moldura de ouro, mas não colocamos Amor, Ele não se interessa. Está interessado no Amor, não na moldura. Certa vez, fomos ter o darshan de Swami em uma peregrinação regional há cerca de 20 anos - alguns podem se lembrar. Algumas crianças estavam cantando, e a canção dizia: "A porta do meu coração eu mantenho bem aberta para Ti. Tu virás, Tu virás, precioso Baba, venha a mim!" Naquele tempo, Swami estava no antigo mandir. Ele abre a porta e diz: "Estou chegando, estou chegando". Só para vermos como Ele abre a porta e vem!

Em outro incidente, há alguns anos, Swami estava visitando Chennai, ou Madras. Ele estava visitando a casa de devotos. E há uma famosa cantora, que estava cantando uma canção para Krishna: "Krishna, por favor, venha depressa!" E Swami estava entrando naquele momento - tudo é um plano divino, não só incidentes. Swami caminhando dizia: "estou indo, estou indo, por que a pressa?" É assim que Ele responde aos nossos sentimentos. Ele escuta não o que dizemos, mas o que está no coração.

Muitos de vocês devem ter ouvido falar de M. S. Subbalakshmi. Ela recebeu o Bharat Ratna, a maior honra civil indiana. Era uma grande cantora, muito conhecida pelo canto de músicas devocionais. Ela era uma grande devota de Swami, Swami a amava e ela O amava muito. Há uma bela interação entre Deus e o devoto quando os vemos juntos. Há uns 10 anos, Swami pediu de repente que ela viesse e falasse. Ela Lhe disse: "Swami, eu sou cantora, não sei fazer discursos". Mas Swami insistiu e ela, como faz o bom devoto, seguiu o comando divino. Ela foi ao pódio e disse: "Swami, o Senhor é minha mãe, meu pai, meu irmão, meu amigo, meu guru, meu Deus, o Senhor é meu tudo. Jai Sai Ram" E Swami disse que tinha sido o melhor discurso que já tinha ouvido! Para mostrar que Ele responde ao nosso sentimento.

As palavras não importam, Ele olha para o nosso coração repleto de amor. Outra vez, estavam cantando os bhajans e as pessoas chamavam Swami de prema-sagara, daya-sagara, karuna-sagara: Deus, oceano de amor, compaixão e bondade. E Swami disse aos estudantes: isso não está certo. E eles se perguntavam o porquê, pois O estavam chamando de Oceano de Amor! Swami disse: o oceano tem limites, Meu Amor não tem limites! O amor de Deus está além de qualquer limite, de tempo, espaço ou matéria. É assim o amor de Swami. E nós experimentamos isso.

Antes de virmos ao encontro, alguns de nós estávamos compartilhando algumas das maravilhosas histórias de como Swami derrama Seu amor incondicional, puro e imaculado em todos nós. Ele fazia isso e continua fazendo até hoje. Posso compartilhar alguns incidentes de quando estava em Veneza, na Itália há alguns anos, em um encontro Sai. Veneza é a cidade dos canais, uma bela cidade. Até lá existem Centros Sai e devotos de Sai. Após o encontro Sai e o fim do satsang, uma senhora de cerca de 85 anos me disse: "Dr. Reddy, eu nunca fui a Puttaparthi, nunca vi Sai Baba. Mas Swami me dá tudo o que peço. O senhor acha que devo ir a Puttaparthi?" Eu disse: você é uma alma abençoada. Há um ditado: "Bem-aventurados são os que viram e acreditaram em Mim, mas mais abençoados são aqueles que não viram, mas acreditaram em Mim." Eu disse: a senhora é uma dessas almas abençoadas. Isso mostra como o amor de Swami vai além de fronteiras geográficas.

Outro incidente aconteceu há cerca de seis meses, durante as celebrações do Guru Purnima, depois do Mahasamadhi de Swami. Um devoto do Reino Unido estava sentado ao meu lado. Ele tinha um anel com nove pedras, que Swami lhe dera muitos anos atrás. E duas pedras estavam faltando. Nos últimos anos ele vinha pedindo a Swami que recuperasse essas duas pedras perdidas, e Swami respondia sempre: "espere, espere": é a resposta tradicional de Swami. E então aconteceu o Mahasamadhi de Swami em 24 de abril. Logo depois do Mahasamadhi, ele estava sentado para os bhajans no Sai Kulwant Hall e de repente ele ouviu um barulho diferente. Abrindo os olhos depois dos bhajans, viu que as duas pedras apareceram! Swami continua mostrando Sua Presença. É por isso que me diziam que continuamos sentindo Sua Presença mais forte, Seu Amor mais forte que antes, experimentando isso todo o tempo.

Posso compartilhar uma história de uma paciente, amiga e devota, Sra. Barbara Bozzani. Posso compartilhar isso, Barbara? Isso aconteceu há cerca de três anos. Quando ela me procurou, não conseguia quase respirar, nem andar alguns metros. Logo percebi que havia um problema no coração. Ela estava com insuficiência cardíaca. Ela foi ao cardiologista, foi admitida no hospital e ali descobriram sérias irregularidades cardíacas. Seu coração não estava funcionando. Naquele momento, eu estava em Prasanthi Nilayam, Barbara me ligou e me perguntou se podia pedir orientação a Swami. Porque os cardiologistas aconselharam duas coisas: que ela fizesse um cateterismo cardíaco e um angiograma para verificar a condição do coração e, uma vez que seu coração estava tão irregular, com sérias arritmias, ela precisaria do que chamamos de DAI, desfibrilador automático implantável, um aparelho muito caro, que custa quase 10 mil dólares. Ela precisava disso, ou então não poderia sobreviver. Então eu falei com Swami durante o almoço: "Swami, a Sra. Bozzani está pedindo orientação e está orando. O que fazer?" Swami disse: "Deixe que ela faça os exames e o angiograma. Mas nada de implantar esse aparelho." Então transmiti a mensagem de volta a eles. Eles fizeram o cateterismo, o angiograma e, como Swami sabia, as artérias estavam muito limpas, tudo estava bem, mas sua fração de ejeção era de apenas 15 a 20%. Os médicos falaram que ela precisaria daquele implante, mas, por causa do conselho de Swami, ela recusou. Eles disseram que ela não viveria mais que cinco ou seis meses por causa de sua condição séria. Mas mesmo assim recusamos e Barbara está aqui depois de três anos. E vemos como Swami cuidou do problema. Sua fração de ejeção, depois de um ano, melhorou de 15 a 20% para 50%. O cardiologista ficou surpreso - ele sabe que sou devoto de Swami - e disse que Baba deveria ter feito aquilo. Eu disse que certamente. Vocês podem perguntar a ela mais detalhes depois.

Swami não cuidou apenas quando estava lá, mas mesmo agora. Barbara dizia que seu hemograma há algumas semanas tinha índices muito baixos Os médicos aconselharam diversos procedimentos, mas família legitimamente disse que não, sem exames complexos. Agora, sem nenhum tratamento, os índices vieram normais no último hemograma. Swami cuida de nós até hoje. Ele estava conosco, está conosco e estará conosco eternamente. Ele é nosso companheiro eterno. Devemos tentar nos lembrar disso. Não só o Amor de Swami vai além da geografia, além de países, de povos, mas também se estende aos animais.

Posso contar um incidente que aconteceu há alguns anos, quando Sai Gita deixou o corpo. Eu estava lá na época. Vocês sabem que a Sai Gita (elefante de Baba) é uma das devotas mais fervorosas de Swami. Swami falava dela com mais carinho do que qualquer devoto humano. Lemos no Ramayana que Sri Rama faz os últimos ritos do pássaro Jatayu. Ele não fez os ritos de seu próprio pai, mas fez os do pássaro Jatayu, que era devoto de Rama. E Swami fez a mesma coisa. Quando Sai Gita faleceu, ele ficou sob o sol quente esperando, orientando cada detalhe de como deveriam proceder para dispor do corpo. Isso mostra Seu amor não só pelos seres humanos, mas por todos, inclusive animais.

Seu amor, como Ele disse, não conhece fronteiras, indo até os elementos. Uma vez, eu estava com Swami, muitos anos atrás. Swami come muito pouco - aqueles que já comeram com Ele sabem. Ele alimenta a todos, mas não come quase nada. Como médico, sei que não é possível para um ser humano viver com uma dieta de tão poucas calorias. Estava com minha família na sala de entrevistas e meu pai disse: "Swami, você não come quase nada, como conserva sua energia?" Lemos nas Escrituras que, nos Himalaias, os sábios retiram a energia dos cinco elementos. Ele disse: "Swami, você deve estar obtendo energia dos cinco elementos." Então veio a resposta: "Os cinco elementos dependem de Mim!" Vejam que só Deus pode fazer isso. O Seu amor e energia vão até para os cinco elementos.

Esse é o amor que experimentamos. Tendo experimentado esse Amor infinito, qual é o nosso dever? O que Ele espera? Swami, em Seu discurso histórico na primeira Conferência Mundial disse: a única coisa que desejo que Meus devotos façam é que sigam Minhas instruções. Isso basta. Isso lhes será mais benéfico do que todas as austeridades, japa, meditação que fazem.
Sigam Seus ensinamentos implicitamente, imediatamente e completamente. Este é nosso dever, uma vez que experimentamos Seu amor: seguir Seus ensinamentos. Ele quer nossa transformação.

Ele disse: temos informação suficiente, temos o bastante de Sathya Sai Speaks, Vahinis. Agora, Ele quer a nossa transformação.  Swami sempre dizia: "Minha Vida é a Minha Mensagem". Agora, Ele quer que a nossa vida seja a Sua Mensagem. Isso deve se refletir na nossa transformação. E Swami disse claramente que a melhor maneira de difundir Sua Mensagem é traduzir esta mensagem em nossa vida cotidiana. Essa é a melhor forma de difundir Sua Mensagem, não através de palestras ou livros, mas pela prática do que Ele ensinou. Isso é transformação. Somente quando existe a transformação é que o nosso valor aumenta, é aí que realmente nos tornamos seres humanos.

Swami dá o exemplo do diamante: quanto mais cortes recebe, quanto mais se transforma, maior se tornam seu brilho e seu valor. De forma parecida, Swami nos colocará em testes, dificuldades, tribulações, mas tudo isso é para nossa transformação. Devemos nos lembrar disso. Não é fácil. Swami diz que teste é teste, quando você se depara com ele, não é fácil, mas quando passa no teste, você conquista uma paz suprema, prashanti. Essa é a transformação que Swami quer.

Há cerca de 30 anos, estávamos em uma entrevista com Swami em Prasanthi Nilayam e eu dei a Swami um livro para que Ele assinasse. De repente, houve uma interrupção na eletricidade. Estava me perguntando como Ele iria assinar. Dentro de um minuto a luz voltou. Swami olhou fixamente nos meus olhos e disse: "Eu posso ver mesmo no escuro." E disse: "posso até ver aquela formiguinha caminhando ali." Então ele disse: "Quantos anos você tem?" Respondi: 30 anos. "Veja, já está perdendo cabelo, precisando de óculos." Swami disse: "Veja, tenho bastante cabelo, não uso óculos." Eu disse: "Swami, isso porque és Divino!" Swami disse: "Isso não tem nada a ver com Divindade." "É resultado de alimentação, bons hábitos, e de três P's: pureza, paciência e perseverança" Se tiverem esses três, vocês serão divinos, joviais e não haverá diferença entre vocês e Eu. Essa é a transformação que Swami deseja: pureza, paciência e perseverança. Como conseguimos isso?

Swami mesmo disse que o melhor e mais fácil caminho nesta era é o serviço altruísta. Seva (serviço) é por si só um sadhana (disciplina espiritual). Swami diz que esse é o caminho. Ele diz, em um famoso ensinamento, que o propósito para o qual este corpo nos é dado é para servir aos demais, para servir a humanidade, servir a Deus. Então como servir? Porque facilmente falamos sobre serviço, mas o que é serviço? Serviço está sendo feito por toda a Organização na Índia, pela Organização Internacional, vocês leem sobre isso na Sanathana Sarathi, nas páginas eletrônicas. Temos feito serviço em clínicas médicas, acampamentos médicos, servimos milhares de pessoas em todo o mundo. Temos os institutos médicos, fazendo cirurgias complexas, temos as instituições educacionais, escolas, educação espiritual, educação em valores humanos para milhares de pessoas, serviços comunitários, dando alimento, abrigo, roupas e até atendendo em caso de desastres. Mas Swami diz: "Isso tudo é bom, certamente." "Mas o importante não é a quantidade, mas a qualidade do serviço." Swami diz que apenas um sorriso, um apoio, uma palavra gentil - tudo isso é serviço, da mesma forma que dar alimentos ou fazer serviços médicos.

Há um devoto que talvez alguns conheçam, o Sr. Gopal Rao, que faleceu com a idade de 100 anos. Swami o amava tanto que celebrou seu aniversário de 100 anos no Sai Kulwant Hall, em grande escala. O Sr. Gopal Rao costumava fazer muito serviço, mas, depois que passou dos 90, não podia mais fazer tanto. Ele disse: "Swami, o que devo fazer?" Swami disse: "Vá para a cantina e apenas sirva água para os devotos." Sem questionar, ele obedeceu Swami. Ele ia empurrado na cadeira de rodas, porque não podia andar. Mas ainda assim seguiu o comando de Swami e servia água a todos os devotos. Ele havia sido presidente de um banco em Andhra e as pessoas costumavam sussurrar: "Vejam, ele foi presidente de um banco." Ele não queria ouvir aquilo, queria apenas humildemente servir. Era isso que estava fazendo.

Depois de um tempo, ele não conseguia fazer nem aquilo, pois ficou muito frágil e fraco. Então ele disse: "Swami, não consigo fazer nem isso. O que posso fazer?" Swami disse: "Não faça nada. Apenas, quando as pessoas vierem até você, fale das Minhas histórias... Minhas glórias e suas experiências. Isso, por si só, é um grande serviço." Estou contando isso porque a qualidade do serviço é o que importa. O que fazemos e como fazemos é muito importante. Devemos servir não só com amor, mas com humildade. Como Jesus disse, não deixem que sua mão esquerda saiba o que faz sua mão direita. Não estamos aqui pela publicidade ou pompa, mas devemos servir humildemente.

Swami é, ele mesmo, um exemplo. Vocês sabem que Swami fez aquele projeto monumental de água potável. Quando o projeto foi concluído, Swami o entregou ao governo de Andhra Pradesh. Eu estava lá na época, com Swami. Então, um devoto antigo disse: "Swami, devemos divulgar nos jornais a quantidade do que foi feito e tudo isso." Swami logo o repreendeu: "Se você dá roupas aos seus filhos, você escreve nos jornais? Todos eles são meus filhos. É meu dever amá-los, é meu dever dar-lhes água potável." Isso mostra que Swami não busca publicidade, mas age humildemente.

Há tantos devotos de Sai inspirados por Swami que servem com humildade. Há muitos anos, estava no Hospital de Super-especialidades em Prasanthi Nilayam. Então me mostraram um devoto que estava encarregado da organização dos sapatos. Ele endireitava os sapatos sempre que alguém chegava. Depois fiquei sabendo, para minha surpresa, que ele era o vice-presidente regional da IBM no Texas. Ele estava servindo humildemente e ninguém conhecia sua posição. Há muitos devotos assim fazendo serviço altruísta.

E vou contar uma história de serviço altruísta verdadeiro que ouvi e que compartilho em algumas palestras. Seu nome é James Johnson, ele faleceu há alguns anos. Ele era um devoto afro-americano que vivia em Ohio. Esse homem vivia apenas com uma pensão do governo. Não tinha carro, só um local para morar e os outros devotos o levavam para fazer compras. Essa pessoa estava vivendo com dificuldades, apenas com a pensão do governo. No 60º Aniversário de Swami, em 1991, o Hospital de Super-especialidades foi inaugurado. E na época eles leram vários nomes de pessoas que haviam contribuído para o hospital. Então leram o nome: James Johnson, doou 100 mil dólares. As pessoas da área não podiam acreditar. James Johnson mora em um apartamento pequeno, não tem nem carro, não tem nem dinheiro para o dia-a-dia. Ficaram todos surpresos. Os devotos ouviram isso e, quando voltaram, perguntaram: "Johnson, ouvimos seu nome, você doou 100 mil dólares, como conseguiu isso?" Ele não queria que ninguém soubesse que havia feito a doação. Pois, como disse Jesus, "que sua mão esquerda não saiba o que dá sua mão direita". Esse homem não queria que ninguém soubesse. A história é que ele era pobre, mas estava ajudando sua irmã que tinha um câncer fatal. Sua irmã não tinha filhos, então, quando ela faleceu, em seu testamento, ela tinha 100 mil dólares e deu esse dinheiro a James Johnson, seu irmão. A maioria de nós diria: darei algo para Swami, mas vou manter algo comigo. Mas esse homem disse: esse dinheiro pertence a Baba, que está construindo um hospital. Então doou todo o dinheiro ao Trust para a construção do hospital. Isso foi feito com humildade, sem pompa ou ostentação. É assim que Swami quer que sirvamos.

Ao servir, aparecem outros dois obstáculos, segundo Swami: "ahamkara" e "mamakara" - "estou fazendo isso" e "desejo os resultados disso". Isso é um sinal de perigo. Ao servir, Swami diz que, enquanto pensarmos que somos os agentes e quisermos os resultados, o serviço não será um exercício espiritual. Posso contar-lhes um incidente sobre isso. É sobre o falecido Prof. Hanumanthappa - estou falando de muitas pessoas falecidas - que era o Vice-reitor da Universidade Sri Sathya Sai. Era um bom orador e contava muito bem as histórias de Swami. Uma vez organizaram uma conferência de Vice-reitores. Isso ele próprio me contou e também falou em palestras. Organizaram uma conferência de Vice-reitores no mandir de Prasanthi. Havia muitas pessoas falando. Ele também estava ansioso para falar, mas Swami disse: "espere". Em outro momento, ele perguntou: "Swami, posso falar?" - "Espere". Depois da terceira vez, Swami disse: "Ok, vá adiante." Ele veio ao microfone à frente, mas não conseguiu pronunciar uma só palavra! Não conseguiu falar nada. Para mostrar que é Swami que nos faz falar e fazer qualquer coisa. E por três dias ele não conseguiu falar. E vocês conhecem a lila de Swami. No dia seguinte, no darshan, Ele disse à esposa: "Como está seu marido? Está bem?" "Swami, Você sabe, ele não consegue falar!" Para mostrar que é Ele que age através de nós. Devemos lembrar: é Deus que faz.

Essa é a atitude com que devemos agir. Ao servir e em tudo que fazemos, devemos verificar se agimos para agradar a Deus ou para agradar ao nosso ego. Um dos professores da faculdade contou uma experiência. Ele era um homem muito bom, estudou na escola de Swami, virou professor da faculdade. E certa vez ele foi ao hospital para doar sangue. Um bom serviço! Naquele momento, aconteceu de Swami estar no hospital. Swami perguntou: "O que você está fazendo?" "Doando sangue, Swami." "Mas você não está dando o sangue para Mim." Swami disse apenas isso: "você não está dando o sangue para Mim". Então, Swami foi embora. As palavras de Swami são enigmáticas e só entendemos ao refletir bastante sobre elas. Então ele ficou pensando: "O que Swami quer dizer? Swami precisa de sangue? Por que Swami disse aquilo?" Então ele percebeu, porque é um aspirante espiritual, que pensava estar doando o sangue para um paciente, para que ficasse melhor, como uma boa ação. Mas "você está doando para agradar a Deus, ou seja, está Me dando o sangue ou está fazendo para o seu próprio ego, para mostrar que está doando sangue?"

Quando servimos, Swami diz que o serviço é feito por Deus, para Deus e o processo também é divino. Aquele que serve é Deus, o que recebe é Deus e o processo também é Divino. Então a ação se torna um serviço verdadeiro. É por isso que Swami diz: "o seva os salva", em um trocadilho. O serviço - seva - vai salvar vocês. Posso contar uma bela anedota sobre como, quando fazemos o trabalho de Swami, Ele cuida de nós.

Há um devoto de Andhra Pradesh que costumava servir nas prisões, como alguns de nossos amigos aqui. Ele costumava ir às prisões e falar sobre a glória e as lilas de Swami. Depois de dar uma palestra sobre Swami, todos gostaram, mas dois prisioneiros vieram falar com ele: “Senhor, você falou sobre esse Sai Baba e nós agradecemos muito. Foi muito bonito e tocou nossos corações." E acabou aí. Depois de quatro ou cinco meses, ele foi a Hyderabad a trabalho, e estava voltando à cidade de Guntur, que fica a uns 200 km de distância. Na volta, precisava descer do ônibus às 2hs da madrugada. Ele desceu e, para ir para casa, precisava de um rickshaw. Ele pegou o veículo e estava a caminho. Então, porque estava escuro, de repente o rickshaw parou e dois ladrões vieram, apontaram uma faca para o motorista, que simplesmente correu, deixando seu passageiro. Eles pegaram sua mala, sua carteira, todas as suas posses. Então disseram que tirasse sua camisa também. Ele estava prestes a tirar a camisa, quando o segundo ladrão apontou uma lanterna em seu rosto. E disse: "Senhor, é você? Foi você que deu a palestra na prisão para nós! Ei, ele é o senhor que deu a palestra na prisão. Deixe-o em paz." "Senhor, nós fomos libertados da prisão, mas não temos como ganhar a vida, então voltamos à mesma ocupação. Mas vamos mudar, Baba está mostrando o caminho!" Vemos que o seva que fez realmente o salvou! Mas o que Swami quer dizer com isso não é que o serviço salva apenas do perigo físico, mas a verdadeira salvação é do ciclo de nascimentos e mortes.

Porque todos estamos apanhados nesse ciclo de nascimentos e mortes por conta de nosso ego e de nossas impurezas. Swami diz que o serviço é a melhor forma de nos livrarmos de nosso ego. Quanto mais seva fizermos, menor se tornará o ego. E a segunda coisa é que a melhor forma de verificar se realmente estamos servindo é checar estes parâmetros: estou me tornando mais puro? Porque Swami diz que o propósito do serviço é apenas um: a purificação do coração. Se nosso coração não é puro, se ainda temos tendências negativas, raiva, ciúmes, orgulho, isso significa que não estamos fazendo serviço altruísta. Precisamos nos autoquestionar: Estou mais puro? Estou mais amoroso? Menos ciumento? A menos que nos livremos dessas más qualidades, precisamos nos preocupar se estamos sendo altruístas. A pureza é essencial. 

A segunda qualidade de quem está fazendo serviço altruísta, segundo Swami, é ter equanimidade. Porque a natureza do mundo é a dualidade: quente e frio, prazer e dor, lucro e perda, sucesso e fracasso - tudo isso faz parte da vida. Quer você seja o presidente ou um mendigo, santo ou pecador, educado ou ignorante, todos estão sujeitos a esses pares de opostos. Mas o verdadeiro aspirante espiritual será o mesmo em todos esses pares de opostos. Esse é um sinal. E para a pessoa sincera, o serviço realmente ajuda a conquistar isso.

Posso contar uma bela história, que Swami narrou. Havia um homem que dizia que Deus era o agente. Mas apenas na fala, ele não acreditava de fato. Ele cuidava de belo jardim, que era admirado por todos. E ele se orgulhava de ter trabalhado duro para cuidar do jardim. Infelizmente, um dia veio uma vaca e estragou algumas belas plantas e flores. Ele ficou bravo, pegou um bastão e bateu na vaca. E a vaca caiu morta. Vocês sabem que de acordo com as escrituras hindus, matar uma vaca é um pecado hediondo, e você estará no inferno para sempre. Então o dono ficou preocupado: alguém no meu jardim matou uma vaca. Mas o jardineiro respondeu: "Não, eu não matei a vaca. A deidade que preside a mão é o Senhor Indra, então Indra matou." Ele estava passando a bola para Indra muito convenientemente. Porque é verdade, se você acredita realmente: eu não matei, se Indra é a deidade que preside a mão. Mas Deus tem ouvidos e olhos em toda parte. Indra ouviu isso, assumiu a forma de um brâmane e veio até ele. Ele disse: "que belo jardim! Quem fez isso?" Ele respondeu: "Você está vendo a pessoa, fui eu quem fez isso." Então o brâmane perguntou: "Veja, parece que uma vaca foi morta. Quem fez isso?" "Foi o Senhor Indra." Então Indra disse: "A mesma mão, se recebe créditos, você os reclama. Quando é culpada, você passa a responsabilidade para Deus."

Se você é um aspirante sincero, percebe que tudo é feito por Deus. A experiência deve ser que a ação é feita por Deus, para Deus, para a glorificação de Deus. Certa vez, eu queria fazer um projeto de serviço e Swami disse: "O melhor serviço que você pode fazer é descobrir quem você é." Esse é maior serviço. Esse é o propósito máximo. Descobrir nossa realidade fundamental. Assim que descobrirmos que o verdadeiro teste do serviço é que não haja mais dualidade, encontraremos apenas a Unidade. Swami diz: "A mente dual é metade cega". Precisamos enxergar a Unidade em que não existe "eu" ou "você", o que existe é Deus, apenas Deus. Então, seremos muito felizes.

Certa vez perguntei: "Swami, você cuida de nós, de nossas famílias, da nossa carreira, trabalho, de todo aspecto de nossa vida. O que eu posso fazer para Você?" Swami disse: "Você pode fazer isto para Mim?" E pensei que Ele me diria algo importante. "Seja feliz. Seja feliz. Seja feliz." Se formos felizes, Swami estará contente. Porque Swami disse: "a bem-aventurança é o Meu alimento". Assim, concluindo, agradeço a todos e que sejamos sempre felizes e façamos os outros felizes. Esse é um aperitivo, teremos um banquete de outros irmãos, que contarão histórias maravilhosas da glória de Swami. Jai Sai Ram!



Um comentário:

  1. http://media.radiosai.org/journals/vol_09/01APR11/03-Conversation_between_Dr_NR_PROF_GV.htm

    Entrevista com Dr. Narendranah Reddy na Radio Sai

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