Eswaramma, a Mãe Escolhida de Sathya Sai Baba, deixou seu corpo no dia
6 de maio de 1972 e, desde então, o dia é comemorado como Dia das Mães pelas
Organizações Sai. A ocasião é marcada pela caridade, com distribuição de
alimentos, roupas e cobertores para os necessitados. Swami sempre enfatizou a
necessidade do amor e respeito aos pais. Ele costumava discorrer sobre a
grandeza da Maternidade e seu papel influente na vida dos filhos.
Os textos abaixo contêm os ensinamentos de Swami, entremeados de
encantadores relatos acerca de Mãe Eswaramma e episódios da vida de seu Divino
Filho, compilados de Discursos proferidos na data a ela dedicada.
Hoje é dia de Eswaramma, dia da Deusa Mãe (Mathrudevatha). Todas as
mães são deusas. Esta é a razão pela qual na Índia, as pessoas seguem a máxima:
“Adore a mãe, o pai, o mestre e os hóspedes como a Deus.” (Verso em Sânscrito)
(Sai Baba - 06/05/1995)
“Se Ele
estiver comigo, eu não quero mais nada.”
Eswaramma, a mãe deste corpo físico, foi batizada inicialmente como
Namagiriamma na hora do nascimento. Mas após seu casamento, Kondama Raju, o avô
deste corpo físico, sendo um Jnani (sábio) e abençoado com a visão do futuro,
passou a chamá-la de Eswaramma (mãe de Easwara). Ele costumava adorar
Venkavadutha. A família dele era unida. Ele tinha dois filhos. O filho mais
velho, Pedda Venkama Raju, era o pai deste corpo físico. Seu filho mais jovem
era Chinna Venkama Raju. Dois filhos de seu falecido irmão, Subba Raju e
Venkatrama Raju, também moravam com ele. Um dia, como houve uma diferença de
opinião, foi decidido dividir a propriedade.
Naquela época, este corpo tinha oito anos. Kondama Raju disse que ele
não queria nenhuma parte da propriedade e lhes disse para dividirem entre eles.
Os quatro irmãos solicitaram a Kondama Raju para passar o resto de sua vida ficando
com cada um deles. Mas Kondama Raju disse: “Eu não quero ficar com vocês, eu
não espero nada de vocês. Tudo que eu ganhei, distribuam entre vocês. Mas me
deem uma propriedade: Sathya. Se Ele estiver comigo, eu não quero mais nada.”
Então, ele me perguntou, se Eu estava disposto a ficar com ele. Eu concordei
prontamente. Nós dois estávamos ficando em um pequeno cômodo. Eu costumava
acordar cedo pela manhã, limpar as vasilhas e fazer comida para nós. Após fazer
a comida, eu costumava correr para Bukkapatnam para frequentar a escola. Lá o
horário do almoço era às 13 horas. Eu corria de volta para Puttaparthi, servia
o almoço a ele, almoçava e me apressava para a escola, para o turno vespertino.
Eu mantinha a pontualidade na escola e na casa.
Kondama Raju, sendo um sábio,
sempre ansiou por mim.
Um dia, ele chamou Pedda Venkama Raju a seu lado e lhe disse para
mudar o nome de sua esposa para Eswaramma. Ele disse isso porque ele sentiu as
divinas vibrações originadas interiormente. Sua intenção era divulgar que ela
era a mãe de Easwara, o próprio Deus. Mas Pedda Venkama Raju não estava
consciente do significado interno deste nome. Ele obedeceu implicitamente o
comando de seu pai e mudou o nome de sua esposa para Eswaramma.
O novo Mandir foi construído antes que Kondama Raju deixasse seu
invólucro mortal. Ele viveu por 116 anos, mas mesmo naquela idade avançada seus
olhos e pernas estavam em boas condições. Então, ele costumava andar do Velho
Mandir para o novo todo dia, sem uma bengala. Eu costumava dizer: “Por que você
percorre esta distância? Pode haver vacas e búfalos pelo caminho. Você pode
usar o auxílio de uma bengala, pelo menos.” Ele dizia que suas pernas estavam
em perfeitas condições e que ele não precisava do auxílio de uma bengala. Ele
era um devoto ardente de Swami. Ele costumava vir até Mim cedo pela manhã às 5
horas. Vendo-o vir à distância, Eu costumava Me cobrir com um cobertor fingindo
estar dormindo. Ele vinha vagarosamente, levantava o cobertor, tocava meus pés
e retornava. Ele costumava vir cedo pela manhã por que ele não queria ninguém
percebendo ele tocar Meus pés. Ele estava um pouco apreensivo sobre o que os
aldeões pensariam se notassem um avô de 116 anos tocando os pés de seu neto.
“Ó Swami,
você veio!”
Certa noite, Eu fui a Puttaparthi para vê-lo. Naquela hora ele estava
sentado em uma cama de campanha, profundamente imerso em ouvir uma música que
descrevia Rama lamentando sobre Lakshmana desfalecido no campo de batalha. Ele
gostava muito deste episódio particular do Ramayana. Rama lamentou: “Neste
mundo eu poderia encontrar outra mãe como Kausalya, outra esposa como Sita,
mas, definitivamente, não um irmão como Lakshmana.” Isto era o que ele estava
cantando para si mesmo quando eu adentrei seu quarto. Eu disse: “Ó avô, o que
você está fazendo?” Ele exclamou: “Ó Swami, você veio” e caiu aos Meus pés. Ele
disse: “Swami, eu estou totalmente consciente de que Você não é uma criança
comum, mas o próprio Easwara. Você nasceu em nosso clã para nos redimir a
todos. Mas eu rezo para que você satisfaça um pequeno desejo meu. Dasaratha não
teve a boa sorte de beber água das divinas mãos de Rama na hora de sua morte.
Mas Jatayu foi afortunado o bastante para ser o recebedor de tal ato de graça
em seus últimos momentos. Swami, deixe-me também ter a boa sorte de beber água
de Suas divinas mãos quando meu fim se aproximar.”
“Olhe lá,
Deus está vindo.”
Eu prometi que certamente satisfaria seu desejo. Na semana seguinte,
eu fui vê-lo novamente após visitar a casa de Subbama. Kondama Raju soube que
eu estava indo a sua casa. Imediatamente, ele chamou Eswaramma e lhe disse: “Eu
não vou viver por muito mais tempo. Tendo sabido que meu fim está próximo, Deus
está vindo para derramar Sua graça sobre mim.” Ela respondeu de uma forma
inocente dizendo: “Onde está Deus? Como você sabe que Ele está vindo?” Então
Kondama Raju disse: “Ó mulher louca, você ainda está iludida pelo sentimento de
uma mãe pelo seu filho! Olhe lá, Deus está vindo.” Dizendo isto ele apontou
para Mim quando Eu estava entrando em sua casa. Ela também estava consciente da
Minha Divindade, mas costumava ficar enlevada pela sua afeição maternal por
Mim. Era similar o caso com Yashoda. Embora ela tivesse visto os 40 mundos na
boca de Krishna, pensou que era um sonho ou uma ilusão.
“Swami, por
favor, ouça minha prece.”
(...) Depois da construção de Prashanti Nilayam, um dia Eu fui ver
Kondama Raju. Ele pediu a Eswaramma para pegar um copo de água. Ele disse a
ela: “Deus veio para me levar embora. Ele fez uma promessa de que colocaria
água em minha boca com Suas Divinas Mãos, antes que eu deixasse este corpo. Ele
veio para cumprir esta promessa.” Perplexa com o pedido de Kondama Raju,
Eswaramma disse: “Você não está sofrendo de nenhuma doença, você não tem nem
uma febre ou um resfriado. O que o faz pensar que seu fim está próximo?” Então,
Kondama Raju disse: “A morte ocorre de acordo com a Vontade de Deus. Assim como
o nascimento não tem motivo, a morte também não tem motivo. Esta é a Verdade
das verdades.” Eswaramma não queria discutir com ele. De acordo com o desejo
dele, ela trouxe um copo cheio d’água e lhe deu. Ele sentou no chão e me fez
sentar na cama de campanha. Ele manteve sua cabeça em meus joelhos e disse:
“Swami, por favor, ouça minha prece.”
Eswarama
estava assistindo a tudo isso.
Ela queria saber como é que ele tinha tanto amor e consideração pelo
seu jovem neto. Kondama Raju disse: “Como Você sabe, eu estava fazendo um
pequeno negócio para equilibrar o orçamento. Talvez eu ainda possa ter que
pagar um paisa ou um anna para certas pessoas. Por favor, me abençoe de modo
que eu não seja devedor de ninguém em minha morte.” Eu disse: ‘Então, assim
será!’ e comecei a derramar água em sua boca. Ele deu seu último suspiro
enquanto estava bebendo água. Seu desejo estava realizado. Antes de deixar seu
invólucro mortal, ele disse a Eswaramma para não ficar iludida pelo apego ao
corpo. Ele disse: “O relacionamento com o corpo é temporário, enquanto o
relacionamento Átmico é permanente. Então, abandone o apego ao corpo e
desenvolva apego ao Atma.”
Deste dia em
diante, Eswaramma nunca.mais ficou em casa; ela começou a ficar em Prasanthi
Nilayam.
Todos os dias, pela manhã e pela tarde, ela costumava subir para falar
com Swami. Ela também entendia Minha Divindade muito bem. Quando eu apareci
para ela na forma do Senhor Shiva, ela perguntou: “O que é isto Swami? Por que
você está usando cobras como enfeites em torno do pescoço?” Eu agi
inocentemente: “Bem, eu não tenho quaisquer cobras em Mim.” Ela se afastou
dizendo: “Olhe, tem algumas cobras [aqui] dentro.” Mas, depois, não encontrando
nenhuma cobra ali dentro, ela pediu desculpas. Desta mesma maneira, em muitas
ocasiões, ela teve a experiência da Minha Divindade. Similar foi o caso com
Kausalya e Yashoda. Embora elas soubessem que Seus filhos eram Divinos,
costumavam ser dominadas pelos seus sentimentos maternais para com eles.
(...) A
todos os devotos que vinham, ela costumava suplicar para não causarem qualquer
aborrecimento a Swami.
Ela costumava ficar muito preocupada sempre que um ministro vinha
receber o Meu Darshan. A situação nestes dias era tal que mesmo um policial com
uma boina vermelha era suficiente para assustar os aldeões. Eswaramma costumava
ter muito medo dos ministros, pensando que eles podiam Me causar algum
problema. Este era somente o resultado de seu amor sagrado por Mim. Esta é a
grandiosidade do amor de mãe. Este é o porquê dela poder levar uma vida de
realização e paz. Para propagar este ideal sagrado, este dia está sendo
celebrado como o Dia de Eswaramma. Isto é para enfatizar que cada um de vocês
deve fazer sua mãe feliz. Se sua mãe está feliz, Swami está feliz.
(Sai Baba – 06/05/1999)
"Tudo
que Swami faz é para seu próprio bem."
Eswaramma era analfabeta. Quando vejo a
atitude egoísta, a mentalidade pervertida e o comportamento ostentador das
pessoas educadas atuais, sinto que era melhor que Eswaramma não tivesse nenhuma
instrução. Quando Eu tinha sete anos e meio, ensinava Pandhari Bhajans às
crianças pequenas em nossa aldeia. Eswaramma e Subbamma costumavam se sentir em
êxtase vendo-Me cantar Pandhari Bhajans e dançar no seu ritmo. Às vezes, o
marido dela, Pedda Venkama Raju, lhe dava um pouco de dinheiro para as despesas
domésticas. Uma vez, dois centavos ficaram com ela deste dinheiro. Naquela
época podia-se comprar dois pacotes de arroz com dois centavos. Assim, Eswarama
comprou dois pacotes de arroz com os dois centavos e distribuiu às crianças.
Ela sempre costumava dar tudo que tinha com ela. Ela era a personificação do
sacrifício. Ela falava amorosamente com todos que viessem até ela. Quando os
devotos se sentiam tristes porque Swami os estava ignorando, ela os consolava
dizendo: "Tudo que Swami faz é para seu próprio bem".
"Seja
feliz!"
(...) Inicialmente, eu estava ficando na casa de Subbamma. Mas quando
o número de devotos aumentou, um templo novo foi construído. Um dia, Eswarama
entrou quando eu estava comendo. Quando outros tentaram segui-la, ela lhes
disse que não viessem. Ela segurou Minhas mãos e pediu: "Swami, não há
nenhum hospital em nossa aldeia. Assim, quando as crianças ficam doentes, as
mães são forçadas a levá-las a Bukkapatnam. Eu não posso ver o sofrimento
delas. Meus filhos e os filhos dos outros são um e o mesmo para mim. Assim,
amavelmente, construa pelo menos um pequeno hospital em nossa aldeia". Eu
prometi a ela que realizaria seu desejo e construí um grande hospital que foi
inaugurado pelo então primeiro Ministro, Bejawada Gopala Reddy. A alegria de
Eswarama era sem limites. O dia inteiro ela não sentiu necessidade de comida e
água, pois se sentia muito contente e jubilosa. Ela segurou Minhas mãos e
expressou sua felicidade, pois o desejo dela foi cumprido de uma forma grandiosa.
Eu lhe disse: "Seja feliz!"
"Nesta
era de Kali, é minha alegria ter um filho como Você, que fez tudo que eu
desejava."
Depois de certo tempo, ela chegou novamente a Swami e quis que uma
escola fosse construída na aldeia. Como desejado por ela, Eu construí uma
escola. Inicialmente, era pequena. Mais tarde, Eu a transformei num grande
edifício. Ela estava muito contente. Ela foi para a escola, beijou as crianças
e derramou seu amor sobre elas. Ela estava extremamente contente e disse:
"Nesta era de Kali, é minha alegria ter um filho como Você, que fez tudo
que eu desejava." Então ela quis que a aldeia tivesse água potável. Eu
prometi que seria feito. Eu sabia que poços artesianos estavam sendo cavados
para resolver a escassez de água. Mas eles ficam inúteis dentro de um período
curto de tempo. Assim, escavei um grande poço no Velho Mandir.
(...) Antes
de Eswarama falecer, eu cumpri todos os três desejos dela.
Não há nenhum custo em nossas instituições. A educação é oferecida
gratuitamente para todos. Nossos hospitais também são gratuitos.
(Sai Baba – 06/05/2000)
“Sathya, que
falta você cometeu?”
Naquela época (em que Swami era estudante), quando retornávamos ao
anoitecer, da escola em Bukkapatnam, Mãe Eswaramma perguntava amorosamente o
que havia acontecido naquele dia, na escola. Certo dia, as crianças contaram a
ela: “Mãe, hoje um professor chamado Kondappa fez nosso Sathya ficar de
castigo, em pé sobre o tablado”. E começaram a criticar o professor. Eswaramma
interrompeu-os, dizendo: “Crianças, não deveriam falar mal de seu mestre!
Nenhum professor puniria seu aluno sem uma razão. Nosso Sathya deve ter
cometido algum erro.” Então, perguntou a mim: “Sathya, que falta você cometeu?”
Eu lhe contei os fatos como haviam ocorrido. Kondappa ordenou: “Todos que
fizeram anotações devem colocá-las sobre minha mesa. Os outros fiquem de pé
sobre o tablado”. Eu não havia tomado notas. Esse foi o meu erro. Por isso,
fiquei de castigo. Eu também falei algo mais que o necessário; eu disse:
“Senhor, todos os meninos que tomaram notas podem responder às suas perguntas?
Embora eu não tenha anotado nada, posso responder qualquer coisa que me
pergunte”. Kondappa Me achou egoísta e mandou que eu ficasse de castigo por
três períodos. Eu obedeci e fiquei de pé sobre o tablado.
Ele não é um
menino comum. Ele é alguém que tem poderes divinos.
Enquanto isso, outro professor, Mahbub Khan, chegou. Ele era
Muçulmano, e uma nobre pessoa. Ficou triste ao ver-me de pé sobre o tablado, e
perguntou: “Kondappa, porque você colocou esse menino de castigo?” “Ele não
tomou notas, por isso está sendo punido”, respondeu Kondappa. Mahbub Khan
defendeu-Me, dizendo: “E daí que ele não tenha anotado nada? Ele é capaz de
responder tudo que você perguntar, e isso basta. Mande-O sentar-se”. Mas
Kondappa insistia em punir-Me, porque eu havia desobedecido às suas ordens. O
sino tocou e Kondappa tinha que sair para dar outra aula. No entanto, ele era
incapaz de levantar-se da cadeira. A princípio, pensou que sua roupa havia
enganchado em algum prego, mas não era este o caso. Ele estava grudado na
cadeira! Quando tentava levantar-se, a cadeira vinha junto. Então, Mahbub Khan
disse: “Kondappa, Ele não é um menino comum. Ele é alguém que tem poderes
divinos. Você o puniu sem uma razão apropriada. Pelo menos agora, peça-lhe para
sentar-se”. Kondappa reconheceu seu erro e mandou-Me sentar. Imediatamente, ele
conseguiu levantar da cadeira.
Dê amor e
receba amor. Esta não é uma rua de mão única.
Quando tudo isto foi narrado à Mãe Eswaramma, ela disse: “Querido Sathya,
você não deveria punir Seu próprio mestre”. Eu respondi: “Eu não o puni. Na
verdade, ele puniu a si mesmo”. Ela ministrou um ensinamento sagrado às
crianças, dizendo: “Meus queridos, vocês vão à escola para estudar. Tudo que
aprenderem, devem usar de forma apropriada. Somente assim serão considerados
como pessoas educadas, literatos! Se não fizerem bom uso de sua educação,
tornar-se-ão demônios! Esforcem-se para conquistar o título de literatos!” Então,
ela falou comigo: “Sathya! Em nenhum momento ou circunstância, cultive ódio por
alguém. Ame a todos e será amado por todos.” Na verdade, não há nenhum traço de
ódio ou inimizade em Mim, em momento algum. Eu amo a todos. Por isso é que
todos Me amam. Se não amamos a todos, como podemos esperar que outros nos amem?
Dê amor e receba amor. Esta não é uma rua de mão única. Vocês devem dar e
receber. Desta maneira, Mãe Eswaramma ensinava às crianças vários ideais
sagrados. Não era necessário ter-se qualquer educação formal para transmitir
tais ensinamentos sagrados. Há muitas pessoas altamente educadas, mas para que
serve sua educação? Elas não usam seu conhecimento da forma correta.
(...) Mãe
Eswaramma costumava transmitir muitas lições enobrecedoras aos devotos que se
reuniam em torno dela.
Eu destinei a ela um pequeno quarto em Prasanthi Nilayam. Muitas
senhoras costumavam visitá-la para pedir: “Mãe, já estamos aqui há muito tempo.
Por favor, peça a Swami que nos conceda uma entrevista.” Ela respondia: “Minha
querida, Swami pode parecer pequeno aos nossos olhos, mas Ele não escuta
ninguém. Ele não atenderá a recomendações. Ele lhe dará aquilo que você merece.
Você deveria tentar compreender o princípio divino de Swami.” Desta maneira,
ela orientava corretamente os devotos.
Certo dia,
ela me disse:
“Sathya! Seu nome e fama se espalharam muito. O mundo inteiro está
vindo até Você. Por favor, conceda paz ao mundo por Sua Vontade”. Eu lhe
respondi: “Não será pelo exercício da Minha Vontade que haverá paz mundial.
Cada pessoa precisa alcançar a paz por si mesma, porque o homem, por natureza,
é a encarnação da Paz. Ele é a personificação da Verdade. Ele é a incorporação
do Amor”. Vocês precisam manifestar seu amor. Precisam experimentar a paz
interior. Devem seguir o caminho da Verdade. Falem a Verdade, pratiquem a
Retidão. Poderão alcançar qualquer coisa quando seguirem este princípio.
(...) Eu
quero contar um incidente que exemplifica sua imensa compaixão e amor pelas
crianças.
Naquela época, os estudantes de vários Estados e Países participavam
dos Cursos de Verão. Gokak, que costumava conduzir as aulas, era um rígido
disciplinador. Ele era um homem de grande caráter e sacrifício e um grande
acadêmico também. Ele conduzia as classes de forma exemplar. Certo dia, os
estudantes estavam almoçando no refeitório. Um dos meninos levantou-se e saiu
antes dos outros terminarem a refeição. Gokak, que observara isto pela janela,
chamou o menino e o repreendeu por seu ato de indisciplina. “Quando seus
companheiros estiverem fazendo sua refeição, você não deverá sair da mesa no
meio do almoço, mesmo que tenha terminado de comer. Isto é um insulto a eles”.
Dizendo isto, Gokak o suspendeu das aulas. O menino estava em prantos, mas
Gokak não se comoveu. O garoto foi até o quarto da mãe Eswaramma, caiu a seus
pés e começou a chorar. Contou-lhe sobre a dura punição dada por Gokak, e pediu
a ela que o ajudasse. Eswaramma consolou-o e mandou-o embora. Ela se sentou em
um batente, junto ao caminho por onde Gokak deveria passar. Após certo tempo,
ele apareceu. Ela o saudou fazendo namaskar, e ele respondeu com o mesmo gesto.
Então, ela falou: “Quando eu o saudei você respondeu com o mesmo gesto. Do mesmo
modo, se você punir os outros, será punido em troca. O menino, inocentemente,
cometeu um erro. Por favor, perdoe-o e permita que assista às aulas”. Gokak,
então, respondeu: “Mãe, se eu o perdoar, estabelecerei um perigoso precedente
para os outros. De qualquer modo, eu o perdoarei somente por sua causa.” Desta
maneira, ela deixava sua rotina para ajudar e confortar os outros.
Vocês estão destinados a enfrentar
as consequências de suas ações.
Se falarem com os outros de maneira ríspida, isto voltará a vocês como
uma ressonância. Se baterem em alguém, isto voltará para vocês como um reflexo.
Façam o bem, vejam o bem e falem o bem. Então, serão ricamente recompensados.
Embora Mãe Eswaramma não tivesse educação formal, ela se conduzia de maneira
exemplar. Ela era alguém com profunda sabedoria. O ensinamento dado por
Eswaramma permaneceu marcado no coração de Gokak. Mais tarde, quando ele se
tornou Vice-Reitor em Puttaparthi, costumava recordar as sábias palavras dela. Todo
dia lembrava-se dela. Ele dizia: “Eu sonho frequentemente com Eswaramma, e sigo
implicitamente seu conselho.” Não devemos criticar os outros. Não devemos
feri-los nem ridicularizá-los. Devemos amar a todos. Foi isto que Mãe Eswaramma
ensinou a todos. Cumpra sinceramente com o seu dever. Então você, certamente,
progredirá na vida.
(Sai Baba - 06/05/2003)
Certa vez,
mãe Eswaramma estava voltando do rio Chitravathi com uma vasilha cheia d’água.
Uma anciã caminhava com dificuldade a seu lado, impossibilitada de
aguentar o peso da sua própria vasilha d’água. Eswaramma perguntou: “Mãe! Está
difícil carregar esta vasilha?” A senhora, que transpirava e não conseguia
acompanhá-la, disse: “Sim! Eu não consigo carregar esta vasilha por toda essa
distância, mas não tenho filhos para me ajudar nesta tarefa. Preciso carregar
este vaso cheio de água todos os dias”. Estas palavras de agonia ficaram
impressas na mente de Eswaramma. Depois de caminhar certa distância, ela viu um
menino pequeno segurando uma lousa e um lápis em uma das mãos e levando uma carga
pesada de livros em uma bolsa circular, pendente do seu pescoço. Ele mal
conseguia caminhar, mas tinha que continuar sua jornada para a Escola de
Bukkapatnam. Eswaramma perguntou ao menino: “Meu querido filho! Para quê são
estes cadernos e lápis? Por que você está levando essa pesada carga de
livros?”. A criança respondeu: “Mãe, eu estou levando esses livros para poder
anotar tudo aquilo os professores me ensinam”. Eswaramma manteve todos esses
incidentes em sua memória. Caminhando um pouco mais, ela se encontrou com uma
senhora delicada que levava uma criança pequena nos ombros, indo para
Bukkapatnam. Eswaramma perguntou novamente a esta senhora: “você parece ser
delicada e fraca, impossibilitada de carregar esta criança. Por que tem que
caminhar toda essa distância até Bukkapatnam?” A senhora respondeu: “Mãe! O que
posso fazer? Não há médico nesta aldeia remota que possa dar algum remédio para
meu filho. Ele está resfriado e com febre. Eu tenho que levá-lo ao hospital de
Bukkapatnam”. Este incidente também ficou marcado na mente de Eswaramma.
(...) O que
Minha mãe expressou naquela época foi pequenos desejos.
Mas, com o passar do tempo, eles assumiram a forma de projetos
gigantescos. Mãe Eswaramma ficou muito feliz pelos grandes serviços prestados
por Swami aos aldeões. Ela expressou sua satisfação: “Meu querido filho! Você
construiu casas para os pobres e resolveu o problema de água potável para os
aldeões; trouxe a eletricidade para a aldeia, que vivia na escuridão. E não foi
só isso: Você também construiu uma escola e um hospital. Atendeu a todos meus
desejos.” Ela se sentia extremamente feliz porque o seu filho tinha empreendido
e completado essas grandes obras. Ela costumava dizer às mulheres que se
reuniam à sua volta: “eu pedi que Swami construísse uma pequena escola na
aldeia de Puttaparthi, mas, ele fez uma grande instituição educacional em vez
disso.” Assim, os humildes desejos de minha mãe se transformaram em grandes
projetos que trazem imenso benefício para a humanidade em geral.
(Sai
Baba - 06/05/2004)
Ela viveu
feliz e contente, e deu seu último suspiro em paz.
O principal dever dos filhos é atender aos desejos de suas mães,
fazendo-as felizes. Sirvam aos outros até o limite de suas possibilidades. Não
precisam assumir nenhum serviço além de seus meios ou capacidade. Se virem que
seus vizinhos estão sofrendo, ofereçam-lhes seu apoio. Ajudem-nos dentro de
suas possibilidades e façam-nos felizes. Isto é o que eu espero que aprendam no
dia de hoje. No Dia de Eswaramma, convoco-os a praticar esses três princípios
de serviço, experimentando bem-aventurança e compartilhando-a com todos.
(Sai Baba - 06/05/2006)
Ela me fez
prometer que nunca deixaria Puttaparthi. Eu lhe dei a Minha palavra.
“Onde quer que seja plantada uma árvore, apenas ali se deve permitir
que ela cresça. Se for arrancada e transplantada, não terá um crescimento
adequado.” Ela costumava Me pedir: “Swami! Você deve sempre residir no local
onde nasceu.” Um dia, após o seu desjejum, ela tomou uma xícara de café. De
repente, gritou: “Swami, Swami, Swami”. Respondi dizendo “Estou indo! Estou
indo! Estou indo!” Ela pediu urgência e cheguei rapidamente. Ela pegou Minhas
mãos e colocou-as sobre sua cabeça e deu seu último suspiro.
(Sai Baba - 06/05/2007)
A mãe deste
corpo me mandou uma carta quando eu estava em Koidaikanal.
Depois disso, fui a Brindavan (Bangalore). O Curso de Verão estava em
andamento em Brindavan. Certa vez, ela pediu que meu nome estivesse em seus
lábios no momento de sua morte. Quando ela faleceu, em maio de 1972, o Curso de
Verão estava sendo realizado em Brindavan. Ela estava saudável e bem disposta.
De repente ela chamou, “Swami, Swami, Swami”. Eu respondi, “Eu estou indo, Eu
estou indo”. Quando desci as escadas, ela deu seu último suspiro.
(Sai Baba - 06/05/2008)
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