O dia da Lua Cheia (Purnima) de Vesak (ou Vaisakh – 2º mês do calendário Hindu) é considerado o mais sagrado pelos Budistas de todo o mundo. Ele é importante por três razões. Nesse dia Gautama Buda nasceu como o Príncipe Siddhartha em Lumbini, no Nepal, em 560 A.C. Também foi nesse dia que ele alcançou a Iluminação em Gaya, na Índia, após anos de busca e investigação sobre as causas e o remédio para os sofrimentos do mundo. Desse dia em diante, Siddhartha passou a ser conhecido como Buda, que significa o Iluminado. Ele ensinou que os desejos são a raiz do sofrimento e recomendou o caminho da conduta correta e do uso apropriado dos sentidos como o caminho para a Iluminação. Ele alcançou o Nirvana – a União com o Absoluto em 480 A.C., uma vez mais no dia de Vesak. Esse dia auspicioso é reverenciado piedosamente como Buda Purnima por seus seguidores, nos países do Extremo Oriente, dentre eles o Sri Lanka e a Índia.
A seguir, trechos de
discursos proferidos por Sathya Sai Baba sobre Buda.
Neste dia
sagrado de Buda Purnima, falamos sobre Buda e purnima (lua cheia).
Mas, raramente indagamos sobre os Seus ensinamentos, Suas virtudes e a
Sua maneira exemplar de levar a vida. O rei Suddhodhana e sua esposa Mayadevi
praticaram juntos, por anos, muitas austeridades espirituais como repetição
constante do Nome de Deus (japa), austeridades (tapa), votos (vratas) e rituais
(Yajñas) desejando ter um filho. Consultaram também muitos astrólogos.
Suddhodhana não tinha paz mental, porque a preocupação de não ter um herdeiro
para o trono o perseguia dia e noite. Finalmente, suas preces foram atendidas
quando Mayadevi deu à luz um filho em Lumbini. Infelizmente, Mayadevi morreu
logo depois de dar à luz o seu filho a quem chamou Siddhartha Gautami. A segunda
esposa de Suddhodhana criou a criança com amor e carinho como se fosse seu
próprio filho. Por isso, Ele também foi chamado de Gautama.
Os
astrólogos previram que Siddhartha não governaria o reino; que deixaria o reino
e se tornaria um renunciante.
A previsão dos astrólogos soava sempre nos ouvidos de Suddhodhana
causando-lhe ansiedade à medida que via seu filho crescer. Ele tomou todas as
precauções para evitar que seu filho saísse do palácio e se misturasse com
outras companhias e fosse influenciado por elas. Assim, ele protegeu o seu
filho da influência dos outros por vinte longos anos.
Certo dia, os pais de uma moça vieram até Suddhodhana e expressaram o
seu desejo de dar a sua filha em casamento ao seu filho Siddhartha. O nome da
moça era Yashodhara. Suddhodhana aceitou a proposta deles e realizou o
casamento de Siddhartha e Yashodhara. Devido à carinhosa insistência de seus
pais, Siddhartha permaneceu com eles no palácio mesmo depois do casamento. Um ano após o casamento, Ele teve um filho
que foi chamado de Rahul. Ambos, marido e mulher, passavam o tempo alegremente
com o seu filho.
A despeito de todos os confortos do palácio e de uma feliz vida de
casado, a mente de Gautama tornou-se inquieta quando ele viu pessoas afligidas
pela velhice, doença e morte, depois que se aventurou a sair do palácio um dia.
Certa noite
aconteceu uma súbita transformação em Sua mente.
Enquanto Sua esposa dormia profundamente, Ele levantou-se à meia
noite, acariciou o Seu filho e partiu para a floresta. Ele teve de suportar
numerosas privações e dificuldades na floresta, mas enfrentou todas as
provações com tolerância e determinação. Seus pais estavam imersos em tristeza,
incapazes de suportar o sofrimento pela separação do filho. Embora Siddhartha estivesse, também, sentindo
muita angústia, continuou no Seu caminho para atingir a autorrealização.
No
transcurso de Sua jornada, Ele encontrou um homem santo.
O homem santo disse-Lhe que a causa da Sua angústia estava, na
realidade, dentro Dele e que essa angústia estava impedindo a Sua
autorrealização. Assim dizendo, deu-Lhe um talismã para proteção e pediu-Lhe
para usá-lo em volta do pescoço. (...) Quando Siddhartha o colocou em volta do
seu pescoço, toda a Sua angústia desapareceu instantaneamente. Até o último
momento de sua estada terrena, Buda tinha o talismã ao redor do Seu pescoço.
Quando Ele abandonou o seu invólucro mortal, o talismã desapareceu. Siddhartha
começou praticando intensas penitências que duraram muito tempo.
Ele se
questionava constantemente:
“Quem sou Eu? Eu sou o corpo? Eu sou a mente? Eu sou o intelecto? Eu
sou chitta – consciência dos sentidos?”. Ele chegou à conclusão de que não era
nenhum deles. Finalmente, Ele vivenciou a verdade. “Eu sou Eu”.
(...) Buda
reconheceu o princípio da unidade e baseou a Sua vida nessa verdade.
Sob a orientação de muitos yogis, ele realizou muitos tipos de
meditação e penitências, mas finalmente concluiu que era mera perda de tempo
porque nenhum deles poderia conduzi-Lo à experiência última da unidade. Ele
lamentou ter perdido o Seu tempo dessa maneira. O indivíduo deve encontrar
satisfação na vida usando apropriadamente o seu o tempo. Esse é o principal
dever do homem.
(...) Buda
vivenciou a unidade de toda a criação.
Houve uma total transformação nEle posto que obteve a visão de
unicidade do Atma (ekatma). Ele percebeu que todos os relacionamentos mundanos
como mãe, pai, esposa, e filhos eram falsos. Ele transcendeu a consciência do
corpo. Por isso, mereceu a designação de Buddha (o iluminado). O homem deve
usar “buddhi” (inteligência, intelecto) para compreender esse princípio de
unidade. Existem dois tipos de buddhi. O
buddhi que vê a diversidade na unidade é a inteligência mundana. O homem deve
desenvolver inteligência espiritual (adhyatmic buddhi) para perceber a unidade
subjacente em toda a criação. Isso lhe dá a experiência do Princípio Átmico,
que é o mesmo na criação inteira. Buda obteve a visão do Atma. Depois dessa
experiência, Ele seguiu ensinando que existia somente um princípio divino no
mundo.
Buddham Sharanam Gacchami
Dhamam Sharanam Gacchami
Sangham Sharanam Gacchami
(Eu me refugio no Buddha, na companhia de devotos e na retidão)
Buda ensinou
que o princípio da unidade do Atma era o único princípio verdadeiro no mundo.
Aquele que percebeu isso usando sua inteligência espiritual foi um
Buda de verdade, Ele disse. Além do Atma, nada existia neste mundo. Neste mundo
transitório e efêmero, uma coisa é verdadeira e eterna. É a Divindade. É o que
todos deveriam aspirar alcançar.
“Sathyam Sharanam Gacchami” (Eu busco refúgio na Verdade).
“Ekam Sharanam
Gacchami” (Eu busco refúgio no Princípio da Unidade).
Neste mundo, tudo é manifestação da Divindade; não existe uma segunda
entidade diferente da divindade. É o Princípio Divino que governa o mundo
inteiro. Tendo compreendido essa verdade, Buda foi de aldeia em aldeia
proclamando-a junto com seus discípulos.
Ele nunca
sentiu necessidade de descansar.
Ele pensava que era Seu dever compartilhar essa sabedoria suprema com
seus semelhantes. Até mesmo o Seu pai, Suddhodhana, veio até Ele. Ele também
reconheceu essa verdade e foi transformado. O que Buda ensinou? Buda ensinou
que todos eram dotados do mesmo Princípio divino. “Ekam sath viprah bahudha
vadanti” (a verdade é uma, mas o sábio se refere a ela através de diferentes
nomes). A mesma mensagem foi transmitida pelo Senhor Krishna na Bhagavad Gita
quando Ele disse que todos os seres eram Seu próprio reflexo e que ninguém era
diferente Dele. Buddha teve de passar por grandes sofrimentos para compreender
essa verdade.
Muitas almas
nobres, contemporâneas de Buda, reconheceram a Sua grandeza.
Diziam que Buda tinha vivenciado a verdade, a qual elas eram incapazes
de perceber. Por ter renunciado aos desejos, Buda tornou-Se uma síntese de
total renúncia. Nada havia nEle que não fosse amor. Ele considerava o amor como
Seu próprio hálito vital. Desprovido de amor, o mundo se tornaria um vazio.
(...) Ele
ensinou: “Dharmam sharanam gacchami” (Eu busco refúgio no dharma), “Premam
Sharanam Gacchami” (Eu busco refúgio no amor).
Desprovida de amor, a humanidade não existe. Devemos amar a todos
independente do fato de a pessoa ser pobre ou rica. O dinheiro não deveria ser
o critério para compartilhar o seu amor com seus semelhantes. O dinheiro não é
importante. O dinheiro vem e vai, a moralidade vem e cresce. Não firam os
outros. Ajudar Sempre, Ferir Nunca. Somente então, poderão alcançar o estado de
Buddha. É de pouca utilidade fazer longas palestras se vocês não perceberem o
Princípio da Unidade na Divindade. Vocês podem chamar Deus pelo nome de Rama,
Krishna, Buddha, Sai etc., mas todos eles encarnam o mesmo Princípio Divino.
(Sai Baba - 13/05/2006)
O corpo humano é impermanente.
A felicidade derivada deste corpo impermanente também é impermanente.
Não pode dar felicidade perpétua. Buda deixou sua casa à procura de felicidade
permanente e perpétua. Fora de sua casa,
ele viu um cadáver, um doente e um homem decrépito. Depois de ter estas visões
miseráveis, Ele se questionou como se poderia escapar da tristeza deste mundo e
desfrutar felicidade perpétua. Qual a causa da morte? Qual a causa da velhice?
Qual a causa da doença? Depois de uma indagação séria, concluiu que o corpo
humano era como uma bolha d'água, e era a mente que causava as doenças no
corpo.
Vocês devem tentar vivenciar sua divindade inata o mais cedo possível,
porque o corpo é temporário e não pode durar muito. O homem realiza sacrifícios
e rituais sem perceber a divindade inata de todos os seres. Enquanto viajava de
um lugar para outro, Buda encontrou certa vez com um grupo de pessoas em uma
aldeia que realizava um ritual de sacrifício. Este sacrifício requeria a
matança de animais. Buda protestou. Ele lhes disse que o Deus onipresente era o
morador interno de todos os seres vivos. Então, era inadequado sacrificar os
seres vivos. As pessoas que realizavam o ritual disseram que os animais
sacrificados atingiriam a liberação. Buda riu disto e disse: "Vocês querem
dar liberação a estes animais que não a desejaram! Por que não aplicam o mesmo
princípio e dão a liberação a todos estes homens que estão ansiando por ela? Eu
não aceito seu argumento que estes animais sacrificiais atingirão a liberação.
Qual
Upanishad ou Veda recomenda o sacrifício animal?
Como podem pensar na liberação de qualquer pessoa quando um animal é
morto? Isto é falsidade total. Este animal não expressou nenhum desejo pela
liberação. Mas sua mãe, pai, esposa, filhos, parentes e muitos outros desejam
liberação. Por que vocês não os sacrificam e realizam o desejo deles? Na
realidade, por que não começam por vocês mesmos? Ninguém pode atingir a
liberação através da violência contra os seres vivos. Este é o pior dos
pecados". Desta maneira, Buddha propagou o princípio da não-violência.
O amor, que
é inerente em seres humanos, também está presente em pássaros e animais.
Compartilhem seu amor com pássaros, animais e seus semelhantes. O amor
absoluto é a verdadeira liberação. Para a liberação, vocês não precisam ir a
qualquer lugar. Ela não está lá em algum
lugar distante. O amor puro confere a liberação. O esforço de vocês deve
ser atingir este amor universal.
(...) Uma
vez, Buda foi para uma aldeia durante suas viagens.
Como estava cansado, quis descansar. Ele chamou um discípulo jovem e
lhe disse que desse a mensagem espiritual às pessoas. O discípulo ficou muito
feliz com a oportunidade dada por Buda. Ele falou para as pessoas: "Buda é
a personificação da compaixão, amor e sabedoria. Ele também é um Karma-Yogue e
um Jnana-Yogue. Uma pessoa assim nunca nasceu antes, nem nascerá no
futuro". Os ouvintes bateram palmas entusiasticamente com esta declaração
do discípulo de Buda.
Buda estava
descansando, mas escutou as palavras do discípulo.
Imediatamente, foi para a assembleia onde Seu discípulo estava dando o
discurso. Ele perguntou ao discípulo: "Meu filho, qual a sua idade?"
"Mestre, tenho 35 anos". "Você tem viajado muito?"
perguntou Buda. O jovem discípulo disse que tinha visitado a terra dos Kurus,
dos Panchalas, etc. Ao ouvir isto, Buda o alertou: "Você visitou só alguns
reinos e tem apenas 35 anos. Com sua curta experiência da vida e do mundo, como
pode declarar que uma pessoa como Eu nunca nasceu no passado nem nascerá no
futuro?! Você não sabe muito sobre o passado nem pode predizer o futuro. Até
mesmo seu conhecimento do presente está muito limitado. Conseguintemente, não é
adequado para você falar sobre o passado e o futuro com tal certeza. É pura
ignorância. Não fale mais assim. Muitas pessoas grandiosas nasceram no passado.
Também haverá muitas mais no futuro". Buda era a personificação da
humildade e simplicidade. Ele era oposto à pompa e à ostentação.
Eles deixaram para trás grandes ideias e ensinamentos nobres. É o bastante
se vocês praticarem apenas alguns dos ensinamentos deles. Deus deu muito tempo
ao homem. Mas o homem o desperdiça. O tempo é Deus. Não desperdicem tempo.
Desperdício de tempo é desperdício de vida. O homem desperdiça 3/4 do seu tempo
em atividades mundanas. Ele passa o tempo restante em atividades fúteis como
assistir TV e outras diversões insignificantes. Por que ele não santifica seu
tempo se ocupando de ações boas e atividades corretas? Este também era o
ensinamento de Buda.
(...) Buda
era o mais nobre dentre os nobres.
Neste dia de Buddha Purnima, decidam praticar os ensinamentos de Buda
e obter a alegria que advém deles. Este é o melhor modo de celebrar o Buda
Purnima. Não é o bastante se vocês se lembrarem de Buda uma vez por ano no dia
de Buda Purnima. Vocês têm que meditar e recapitular como uma vaca, que rumina
o capim para redesfrutar a experiência de comer. Vocês têm que se lembrar e
recapitular tudo aquilo que vocês desfrutaram aqui.
(Sai Baba - 21/05/2000)
Uma vez Buda
entrou em um vilarejo com seus discípulos.
Uma moça aproximou-se d’Ele e o convidou para almoçar na casa dela.
Buda a abençoou e aceitou seu convite. Vendo isto, muitos aldeões, incluindo o
chefe do vilarejo, alertaram Buda dizendo: “Ó Buda, você é um sábio e renunciou
a tudo. Ela não é uma mulher de bom caráter. Não é adequado para você comer na
casa dela”. Buda sorriu e pediu ao chefe do vilarejo que se adiantasse. Buda,
segurando a mão direita do homem, pediu que ele batesse palmas. O chefe disse
que não era possível para ele bater palmas, pois uma de suas mãos estava segura
por Buda. Então, Buda disse: “É verdade, só é possível bater palmas quando as
duas mãos estão juntas. Da mesma forma, esta mulher não pode se tornar ruim por
si mesma, a não ser que existam homens de mau caráter nesta vila. Os homens
desta vila são a causa principal do mau caráter dela”. Ouvindo isto, os aldeões
perceberam a estupidez deles, prostraram-se aos pés de Buda e buscaram seu
perdão. Pelos seus ensinamentos, Buda instilou divindade e sabedoria no povo.
Os ensinamentos de Buda são altamente sagrados com profundo significado
interior.
(...) O
verdadeiro ideal é dar conhecimento prático do Dharma aos outros.
Deve-se ser um herói na prática, não meramente na palavra. Este era o
ideal de Buda. Todos os Avatares e almas nobres viveram de maneira exemplar e
ajudaram as pessoas a vivenciarem a divindade.
(Sai Baba - 30/05/1999)
Há três
coisas que devem ser feitas na vida.
Vocês deveriam tentar ajudar aqueles que os feriram. Vocês devem
esquecer o mal feito pelos outros e o bem que fizeram aos outros. Vocês
deveriam esquecer o que precisa ser esquecido e lembrar o que deve ser
lembrado.
O que vocês
têm que lembrar?
As coisas boas que os outros lhes fizeram. Vocês devem lembrar as
coisas boas feitas a você como algo sagrado. Vocês devem expressar sua gratidão
aos que os ajudaram. Aja de acordo com a retidão, dharma. Se, ao praticarmos
qualquer ação, lembrarmo-nos de Deus, ela será santificada.
(Sai Baba - 11/05/1998)
Buda não
atribuiu nenhuma importância aos rituais e sacrifícios Védicos e a outros
rituais religiosos.
A razão é que Ele sentiu que era mais importante garantir que os cinco
órgãos dos sentidos fossem puros desde o princípio. Buda procurou descobrir
porque a mente fica perturbada. Ele não pôde suportar ver alguém sofrendo. Ele
ficou profundamente triste à visão das pessoas aflitas com a velhice. Ele ficou
intrigado ao ver um cadáver. Nenhum desses acontecimentos naturais lhe deu paz
mental.
(...) Buda
perguntou a si mesmo: "O que é esta vida?”
O nascimento é miséria. A velhice é miséria. A esposa é causa de
sofrimento. Há miséria no final da vida. Portanto, esteja alerta e desperte”. A
felicidade não se encontra em nenhuma das coisas do mundo. Tudo é passageiro. O
homem está desperdiçando sua vida na busca de insignificantes prazeres
efêmeros. O Nirvana é a única verdade. É o sentimento de unidade com toda a
vida. Voltar a mente em direção àquilo que é permanente é Nirvana.
(...)
Estamos celebrando hoje o advento de Buda (Buda Purnima ou Buda Jayanthi).
O que significa Purnima (lua cheia)? Significa totalidade. Quando a
mente está repleta de amor, ela atinge a totalidade. Enquanto a mente estiver
cheia de escuridão (maus pensamentos), não há sentido em celebrar o Buda
Purnima. Livrem-se dessa escuridão. Sem a luz do amor no coração, qual a
utilidade da iluminação externa? Acendam a lâmpada do Divino em suas mentes.
Expulsem o ódio e a inveja de seus corações
(Sai Baba - 15/05/1997)
Om Sai Ram
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